*ELENITO ELIAS DA COSTA
Após estudos sobre a Crise Financeira que está abalando a economia mundial, e observando os projetos e ações governamentais com o objetivo de conte-la, e nesse projeto e ação a solução encontrada foi
investir dinheiro público para evitar uma catástrofe mais agravante na
economia global.
Um fato deve refletir o problema dessa crise que foi motivada pela
queda das bolsas de valores resultante das ações negociadas que
sofreram baixas ou deságios em sua valorização, induzindo ao
investidor a troca ou saída do sistema que alimenta a bolha da bolsa
de valores, e a solução encontrada até então é a injeção de dinheiro
público na compra ou concessão aos bancos para que o mesmo volte a
alimentar o movimento cíclico da economia, ou seja, resumidamente o
dinheiro e o respectivo retorno do capital investido sanaria o dilema
econômico.
Gostaria de declinar sobre alguns fatos que norteiam as empresas, ou
seja, elas regularmente e legalmente constituídas, são normalizadas e
reguladas por diversos princípios e preceitos legais, exaram em seus
demonstrativos financeiros todos os fatos derivados da gestão
empresarial de modalidade transparente, ou seja, proba e licita, são
auditadas por auditoria interna permanente e auditoria independente,
podendo essa última sofrer uma supervisão, são analisadas sob os
aspectos econômicos, financeiros, patrimonial, rentabilidade,
liquidez, ebtida, sustentabilidade, e demais análise, são acompanhas
em toda sua trajetória tributária, trabalhista, social, ambiental,
estratégica etc, recebem certificações, pareceres, certidões e demais,
e mesmo assim correm o risco de declinar, sem que essa mudança seja
percebida mesmo levemente por profissionais, gestores, investidores,
governo, sociedade em geral, é realmente muito preocupante o estágio
em que se encontra essa seara de empresas e instituições financeiras.
Procuro navegar lendo um pouco sobre Governânça Corporativa, que trata
do Código de Ética, Administração, Comitê de Nomeação e Remuneração,
Comitê de Auditoria, Comitê de Divulgação e Negociação, Comitê de
Gestão de Riscos e de Capital, Comitê de Políticas Contábeis,
Conselhos Consultivos, Conselho Fiscal, Direito dos Acionistas,
Transparência, Responsabilidade Social e Ambiental, Missão, Valores,
RI, SOX, e demais, e observo que o processo regulatório e normativo
existe de modalidade muito eficiente e se seguido a risca facilmente
qualquer ameaça a economia ou a empresa objeto do cumprimento das
normas seria identificável.
No momento atual as empresas devem entender que a sociedade clama por
TRANSPARÊNCIA para que possa recuperar a CREDIBILIDADE necessária para
o retorno á água mais branda, passando os investidores a voltar a
acreditar no sistema que foi altamente violentado com a crise
financeira americana que obviamente tinha dado sinais de existência,
através das demonstrações financeiras, pareceres de auditorias,
informações enviadas aos órgãos competentes, que deveriam antecipar
suas ações acauteladoras, evitando o nível de agressividade que a
citada crise chegou.
Os investidores devem entender que a relevância crescente da qualidade
do fluxo de informações com a comunidade financeira na valorização das
ações do mercado de capitais tem levado companhias a medir o impacto
da atuação das áreas de relações com investidores. Isso atende a um
conjunto de objetivos, tais como alcançar o preço justo das ações,
aprimorar a qualidade do trabalho, calibrar a sua importância relativa
na estrutura da companhia e definir a remuneração da equipe,
demonstrando com isso a veracidade dos fatos devidamente respaldados
nos demonstrativos das empresas.
Após o conhecimento real da extensão da crise financeira americana,
onde ficou claro que a OMISSÃO de competência qualitativa de diversos
profissionais e órgãos envolvidos diretamente, pois tinham
responsabilidades no exercício da ÉTICA profissional, pois sua função
é demonstrar os fatos com clarividência, outros examinar através de
amostragens que possibilitasse a emissão de um parecer derivado de uma
atividade proba e licita, e principalmente dos órgãos fiscalizadores
que deveriam analisar e examinar citados demonstrativos já que
acompanham trimestralmente citados demonstrativos das empresas.
De nada adianta toda exigência normativa e reguladora exigida das
empresas se negligenciam a TRANSPARÊNCIA em suas ações, ficando,
portanto toda sociedade desconfiada da qualidade dos serviços
prestados por esses profissionais e órgãos envolvidos, pois tinham
responsabilidade direta na busca de uma posição mais coerente,
demonstrando a realidade do sistema e informando ao investidor a
verdade dos fatos.
A oportunidade para que possamos crescer profissionalmente tendo em
vista á existência da crise financeira americana que está assolando a
economia global, é nos voltarmos ao retorno da TRANSPARÊNCIA da
contabilidade e principalmente dos demonstrativos financeiros, onde o
profissional envolvido poderá virar a mesa, mas para isso se faz
necessário á busca de uma educação com qualidade que o capacite a
entender que as práticas doutrora exercidas devem ser deixadas para
trás e o retorno aos princípios acadêmicos representa uma saída no
mínimo honrada de determinadas profissões, analogamente os órgãos
envolvidos devem repensar se desejam continuar com certas práticas ou
buscar uma mudança mais antenada com a realidade.
Devem os entender que a CREDIBILIDADE somente será conseguida se
houver TRANSPARENCIA dos registros e mensurações contábeis que derivam
da gestão empresarial, atendendo ainda a acessibilidade da informação
e sua devida explicação com maior nitidez, sanando, portanto dúvidas
que pairem sobre a decisão de investir ou não em determinada ação.
As empresas devem proceder a uma melhoria continua motivada pelo novo
cenário econômico influindo diretamente no seu planejamento
empresarial, pois provavelmente e tendo em vista a crise americana
devem influenciar totalmente na obtenção dos lucros previamente
planejados e conseqüentemente na valorização de suas ações.
Rever o planejamento empresarial em toda sua plenitude é uma tarefa
que não deve ser esquecida e tomada urgentemente para que se possa
alinhar os objetivos da empresa, mesmo que isso, resulte em cortar a
própria carne, pois tudo deve ser feito para salvar o máximo possível,
mesmo assim procedendo muitas empresas sentirão sensivelmente essa
fase difícil.
Aos PROFISSIONAIS envolvidos direta ou indiretamente, é chegado o
momento de reflexão se desejam continuar na profissão ou não, pois
suas mudanças culturais, educacionais, responsáveis, comprometedoras
estão necessitando de mudanças conjunturais, caso deseje continuar.
Aos órgãos competentes, solicito que revejam suas ações, avaliem suas
decisões, procedam às retificações necessárias, capacitem seus
parceiros, procurem reordenar o sentido da transparência sob pena de
perder a credibilidade, que podem ainda gozar diante da sociedade.
Fico preocupado quando lei a Revista RI(Relações com Investidores)
No.123, onde relata as Melhores empresas para investir na bolsa, em
sua página 27, onde exara que a Empresa A tem excelência na
comunicação com o mercado, e foi a vendedora da edição 2008 do IR
Magazine Brazil Awards, tendo recebido sete prêmios dentre as 15
categorias avaliadas, e em seguida cita que a Empresa B, recebeu
sete menções honrosa dentre as 15 categorias para o prêmio da IR
Magazine Brazil Awards 2008, na página 35, gostaria muito de entender
como essa comissão chegou a essa conclusão.
Mais preocupado ainda fico com essas informações, quando leio o Guia
IMF Companhias Abertas 2008/2009, onde informa sobre as 420 empresas
com ações negociadas em bolsa de valores, e novamente observo as
informações da Empresa A, páginas 262/263, onde no demonstrativo do
EBTIDA tem um lucro liquido crescente em 2005, 2006, e 2007, onde há
indicadores de liquidez corrente que oscilou no período a
rentabilidade do PL, a Margem Líquida, mas fico satisfeito com a
transparência informada, e observo também na paginas 300/301 do citado
guia, onde leio sobre a Empresa B, onde o demonstrativo da EBITDA no
período de 2005,2006 e 2007 está em branco, onde a liquidez corrente
oscilou a Rentabilidade do PL também, e a Margem Líquida nem foi
citada, relato esses fatos que podem ser facilmente comprovados pelas
revistas emitidas pelos órgãos responsáveis.
Fico mais preocupado ainda quando a revista citada informa que as
demonstrações financeiras das empresas citadas, foram auditadas por
empresas de auditoria independente das mais renomadas, e isso,
suponho, deveria dar maior credibilidade.
Quando o investidor recebe uma informação é cristalino pensar que ele
fará sua própria pesquisa e tirará suas conclusões pessoais, acredito
que ambas empresas são duas das melhores empresas em suas atividades,
mas no mínimo se faz necessário uma atenção especial ao marketing
inserido nas revistas, devemos entender que a transparência resulta na
credibilidade, e espero com essas observações citadas contribua para a
melhoria contínua da qualidade dessas informações.
*ELENITO ELIAS DA COSTA
Contador, Auditor, Analista Econômico e Financeiro, Instrutor de
Cursos do SEBRAE/CDL/CRC, Professor Universitário, Professor
Universitário Avaliador do MEC/INEP do Curso de Bacharelado em
Ciências Contábeis, Consultor do Portal da Classe Contábil, da Revista
Netlegis, do Interfisco, do IBRACON – Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil (Boletim No.320), Autor de vários textos
científicos registrados no Instituto de Contabilidade do Brasil, sócio
da empresa IRMÃOS EMPREENDIMENTOS CONTÁBEIS S/C LTDA.E-mail:
[email protected]