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A presença feminina na contabilidade

Os homens ainda são maioria na profissão contábil brasileira – 63%

Buscando os nomes mais importantes da história da contabilidade, sem entrar na contemporaneidade, vamos encontrar rapidamente o de Leonardo Fibonaci, autor do “Liber Abaci”; Luca Pacioli, que escreveu o famoso “Tractatus de Computis et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas); Francesco Villa, com sua obra “La Contabilità Applicatta alle Administrazioni Private e Plubbliche”; Fábio Bésta, Vicenzo Mazi e muitos outros, mas nenhum nome feminino, pelo menos não de destaque com contribuição reconhecida à ciência contábil.

 

Foi somente nos últimos tempos que as mulheres “descobriram” a contabilidade, e não apenas esta mas também a medicina, a engenharia, a advocacia, a odontologia e tantas outras profissões e atividades, algumas de forma surpreendente, como a militar, o exército, o boxe, competições de carros velozes, mesmo o futebol, considerado um esporte violento, pelos riscos de traumas por choques.
A história que começou a ser escrita no século passado vem sendo pontilhada, aqui e acolá, de nomes femininos e não será surpresa que eles predominem nos registros dos livros no futuro. Uma reconsideração, entre outras que terão que ser feitas, será a da conotação da palavra mulher, descrita ainda hoje nos dicionários como pessoa fraca, medrosa, passiva. Não é de modo algum o que temos visto; mas sim exemplos de força, coragem, ousadia, que não são necessariamente atributos de virilidade.
Os homens ainda são maioria na profissão contábil brasileira – 63% -, somando 256.832, de um universo de 409.862 profissionais registrados nos conselhos de contabilidade; mas as mulheres, que começaram a desenvolver há pouco tempo o gosto pelas demonstrações contábeis, já chegam a 153.030 – 37%. Há aproximadamente dez anos, elas eram 28% e mais atrás representavam um número insignificante. Considerando que já predominam nos cursos de Ciências Contábeis, é fácil prever, se não o domínio, no mínimo, o equilíbrio de sexos na profissão, no futuro, não somente nos escritórios, nas empresas, nos departamentos de finanças e de auditoria dos órgãos públicos, mas também nas entidades de classe, nas salas de aula e nos centros de pesquisa.
Esse fenômeno social, que faço questão de sublinhar por ocasião da semana em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, é bem-vindo e mesmo incentivado pelas entidades de classe, o Conselho Federal de Contabilidade, os CRCs e os sindicatos. Em âmbito nacional e regionalmente, vimos realizando encontros, seminários, palestras, fóruns, para debater a importância da participação feminina. No mês de maio – de 19 a 21 – teremos em Cascavel a 15ª Convenção dos Contabilistas do Paraná e um dos momentos altos será o Fórum da Mulher. Em setembro – dias 23 e 24 – teremos, em Londrina, o IV Encontro Paranaense da Mulher Contabilista.
Aplaudimos esse avanço não somente no meio contábil, mas em todos os campos, no plano dos direitos e da liderança. Claro que essa presença não vem sendo compensada pela contrapartida masculina nos domínios da família e da casa. Essa é uma questão que ainda requer muita discussão. E não adianta os homens mudarem de assunto.

Contador, empresário da contabilidade e presidente do CRCPR; e-mail:[email protected]

 

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