Notícias

Queda dos juros, um primeiro passo

A primeira queda na taxa básica de juros dos últimos quatro anos tem um significado para a economia brasileira que vai muito

A primeira queda na taxa básica de juros dos últimos quatro anos tem um significado para a economia brasileira que vai muito além da aparentemente modesta redução de 0,25 ponto porcentual anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

O recuo da Selic representa, na verdade, o apontamento de uma tendência que, se mantida, dará novo fôlego aos agentes econômicos para o início da recuperação que o País tanto almeja.

O setor industrial, por exemplo, pode pensar na retomada gradativa do nível de produção, com reflexos em toda a cadeia de negócios até chegar ao comércio e ao consumidor final.

Paralelamente, a situação fiscal se beneficia com a redução dos juros pagos pelo governo na administração de sua dívida, atenuando com isso um déficit nas contas já previsto em R$ 170 bilhões até o final deste ano.

Com a inflação também descendente nos vemos diante da possibilidade de um círculo virtuoso finalmente instalar-se entre nós, provocando novas reduções nos juros e sinalizando aos agentes econômicos que o pior da crise realmente já passou.

Contudo, devemos manter em mente que a febre diminuiu, mas o paciente continua enfermo, à espera de um tratamento completo para ser novamente saudável. A terapia mais eficaz passa, obrigatoriamente, por reformas estruturais como a previdenciária e a trabalhista.

Permanecemos, portanto, na dependência da boa vontade por parte do governo e do Congresso Nacional, para que os temas mais relevantes da economia brasileira sejam finalmente encarados com a coragem e a disposição que merecem.

Nossa grande crise é a política, e o atual enfrentamento entre os poderes legislativo e judiciário, dependendo do seu desfecho, pode atrapalhar os esforços do País na busca pela retomada do crescimento, formando assim um cenário sombrio, onde todos sairiam perdendo.

Que o bom senso predomine neste momento decisivo e a preocupação com o País esteja à frente de quaisquer outros interesses, por mais legítimos que possam parecer.

(*) Luiz Carlos Casante é economista e sócio da Via Invest Serviços Financeiros

voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.7947 5.7965
Euro/Real Brasileiro 6.0976 6.1125
Atualizado em: 15/11/2024 12:56