Notícias

Depois do arcabouço fiscal, mercado espera pela reforma tributária

Empresas e negócios do setor de serviços, como o de saúde, se somam à preocupação de prefeitos sobre a unificação do ISS, municipal, a outros quatro tributos, com substituição por um imposto federal; especialista comenta

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já assumiram compromisso em fazer tramitar com agilidade e amplo apoio o projeto de lei complementar do governo federal que institui o chamado “arcabouço fiscal”. As novas regras visam a garantir o controle dos gastos públicos. O mercado, que recebeu bem a proposta, espera agora por um outro passo: o da reforma tributária.

O estabelecimento de um novo sistema de cobrança de tributos é visto como fundamental para enfrentar o chamado “custo Brasil” e, com isso, estimular investimentos. Especialistas e profissionais que cuidam da gestão contábil, fiscal e financeira das empresas são os que vivenciam no dia a dia a complexidade do regime tributário brasileiro e mais anseiam pela simplificação e desoneração de tal regime.

“O sistema é tão complexo, tão repleto de ordenamentos, de sucessivas normativas que, não bastasse a carga tributária ser elevada, muitas vezes os contribuintes, em especial empresas, acabam pagando mais do que deveriam, pela dificuldade de compreender o conjunto de regras e aplicá-las de forma adequada a cada ramo de negócio, a cada cenário tributário”, observa a administradora Júlia Lázaro, CEO e fundadora da Mitfokus Soluções Financeiras, especializada em atender a área médica.

Aliás, serviços e negócios na área de saúde estão entre os que mais devem ser impactados pela reforma, a julgar pela que está em tramitação – e o novo governo adiantou que pretende aproveitar duas propostas já bastante discutidas pelo Legislativo. Ocorre que as modificações por ora previstas vão mexer em um tributo inerente ao setor, o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (o ISSQN), ISS, municipal.

As duas propostas de emenda constitucional (PECs 45/2019 e 110/2019) que deverão continuar como base para as discussões em torno da reforma tributária preveem o fim do ISS. Este e outros quatro tributos (PIS, Cofins, IPI e ICMS) serão substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). “É uma simplificação considerável e benéfica. Mas, para algumas atividades em serviço, como as da área médica e de saúde, ainda há dúvidas sobre como ficará a carga tributária, com receio de que haja aumento”, informa Júlia Lázaro.

Ocorre que, por ser municipal, o ISS tem alíquotas diversas, conforme regramento de cada município. Com a unificação deste aos outros quatro tributos, e a consequente criação do IBS, haverá uma unificação linear. Para a especialista, os próximos meses serão decisivos: as discussões no Congresso e a tramitação devem se intensificar e precisam ser acompanhadas de perto.

Em evento da Confederação Nacional dos Municípios em 28 de março, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que os prefeitos “não devem se preocupar com a unificação dos tributos”, argumentando que não significará redução na arrecadação para as prefeituras. Por sua vez, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que o governo pretende estabelecer uma “regra suave” de transição, de 20 anos.

O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), designado como relator da reforma tributária, afirma que obteve dos presidentes da Câmara e do Senado o empenho de que as propostas sejam votadas neste ano. Ainda, que as discussões levem em conta as especificidades dos regimes tributários municipais.

MAIS INFORMAÇÕES

  • Sobre as propostas de reforma tributária: https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/ReformaTributaria/index.html.
  • Sobre a Mitfokus: https://www.mitfokus.com.br/.
voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.8174 5.8181
Euro/Real Brasileiro 6.0861 6.0941
Atualizado em: 26/11/2024 15:20