Notícias

Mescla entre inovação e estabilidade econômica será o maior desafio do novo presidente do Banco Central

Isso porque aquele que sucedê-lo não terá uma vida fácil nos próximos anos, seja pelo que está por vir e por tudo o que já realizado até o momento

Definitivamente, o iminente fim do mandato de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central do Brasil (BC) é um tema que devemos tratar com seriedade máxima. Isso porque aquele que sucedê-lo não terá uma vida fácil nos próximos anos, seja pelo que está por vir e por tudo o que já realizado até o momento.

O legado do atual líder da instituição financeira criou uma régua elevada sobre as expectativas em relação à diversas áreas. Talvez o maior exemplo disso seja a atuação do BC no que diz respeito à autonomia, inovação e tecnologia com o avanço dos Pagamentos Instantâneos (PIX) e Open Finance.


Aliás, vale destacar que essa jornada bem-sucedida também foi resultado de dois outros méritos do banco: o apoio a novas empresas do setor, especialmente fintechs que contribuíram para aumentar os níveis de inclusão financeira no país, e uma política monetária proativa. Ambas as iniciativas foram muito relevantes para o avanço econômico e a contenção da inflação frente a cenários extremos, como a pandemia de Covid-19 e a instabilidade global em geral.

Tudo isso fortaleceu a reputação financeira do Brasil ao redor do mundo, aumentando a confiança dos investidores internacionais. Provas desse reconhecimento são os inúmeros prêmios recebidos durante o processo, como o Central Banker of the Year 2021, pela revista The Banker (Financial Times); Melhor Banco Central da América Latina 2020, pela revista Global Finance; e prêmios de inovação financeira pela implementação do PIX.

Próximos desafios

O novo presidente do BC terá decisões difíceis a serem tomadas, que dirão muito sobre a personalidade que estará à frente da instituição financeira e como ela influenciará no futuro do país. E, diante de fatores como o aumento nos preços de commodities, volatilidade cambial e do cenário internacional, esses desafios já devem chegar à sua mesa logo no início dos trabalhos.

O principal será ligado à política monetária e ajustes na taxa de juros Selic. Administrar a pressão de diferentes frentes como a de setores políticos que desejam implementar medidas populistas e pressões inflacionárias vindas de choques externos, será um ponto de equilíbrio tênue para o próximo líder.

A resiliência a esse tipo de tensão e aos fatores macroeconômicos internos e externos marcaram a passagem de Roberto Campos Neto pelo cargo. Portanto, o mercado ficará duplamente atento à gestão do novo presidente do BC nesse aspecto. A previsibilidade e a transparência são demandas cruciais para a manutenção da credibilidade da instituição, assim como do patamar elevado de investimento externo atingido nos últimos anos.

Evolução tecnológica

Por fim, ainda é essencial reforçar que o mercado espera a manutenção do forte posicionamento tecnológico e inovador alcançado na gestão de Neto. As agendas evolutivas do PIX e do lançamento do DREX (a futura moeda digital brasileira) são aspectos de extrema atenção nesse sentido.

Outra expectativa bastante relevante é a atuação do Sistema Financeiro Nacional (SFN) na implementação de novas regulações em mercados altamente especulativos, visando reduzir o constante aumento de fraudes e riscos relacionados à lavagem de dinheiro. São os casos dos setores de Bets e criptoativos, além de tecnologias como Bank as a Service.

Ou seja, é certo dizer que, independente do nome que teremos à frente do BC em breve, a sucessão de Roberto Campos Neto representa um momento chave para a economia brasileira. A capacidade dessa figura de equilibrar inovação com estabilidade mostrará o quanto o Brasil estará pronto para continuar sendo um elemento importante no cenário financeiro global.

voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

06/2024 07/2024 08/2024
IGP-DI 0,50% 0,83% 0,12%
IGP-M 0,81% 0,61% 0,29%
INCC-DI 0,71% 0,72% 0,70%
INPC (IBGE) 0,25% 0,26% -0,14%
IPC (FIPE) 0,26% 0,06% 0,18%
IPC (FGV) 0,22% 0,54% -0,16%
IPCA (IBGE) 0,21% 0,38% -0,02%
IPCA-E (IBGE) 0,39% 0,30% 0,19%
IVAR (FGV) 0,61% -0,18% 1,93%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.5108 5.5118
Euro/Real Brasileiro 6.1289 6.1369
Atualizado em: 16/09/2024 16:55