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Sucessão familiar: o desafio das imobiliárias brasileiras

No Brasil, grande parte das empresas que atuam no mercado imobiliário tem origem familiar. São negócios construídos com muito esforço, visão e resiliência, muitas vezes sustentados por uma ou mais pessoas

Autor: Fabiane GuiraudFonte: Portas

No Brasil, grande parte das empresas que atuam no mercado imobiliário tem origem familiar. São negócios construídos com muito esforço, visão e resiliência, muitas vezes sustentados por uma ou mais pessoas que colocaram tudo de si para transformar um sonho em realidade. Mas o tempo passa, e, com ele, vem a necessidade de olhar para o futuro.

A sucessão é um tema que, inevitavelmente, chegará à mesa. E o ideal não é esperar que a idade avance, que uma doença inesperada surja ou que uma perda precoce aconteça para então falar sobre isso. É essencial que o empresário compartilhe com seus herdeiros o desejo de continuidade do negócio e provoque reflexões sinceras sobre o interesse, ou não, deles seguirem com o legado familiar. São conversas que envolvem planejamento, propósito e, muitas vezes, desapego.

Empresas familiares têm herdeiros, famílias empresárias têm sucessores. E aqui não há certo nem errado. Ser herdeiro é um fato. Ser sucessor é uma escolha. Vai muito além de patrimônio, dinheiro ou negócios: trata-se de amor, de vocação e de sentido. Seguir com o legado construído por pais ou avós é uma responsabilidade imensa, e só quem compartilha da mesma paixão é capaz de perpetuar esse propósito.

Nesse cenário, a governança tem papel essencial e para que ela seja instituída de forma 100% profissional e racional, o ideal é contar com o apoio de profissionais que saberão exatamente a forma de estruturar e conduzir. Sejam eles advogados, psicólogos, consultores, contadores, etc., eles farão com que a instituição de um conselho de família seja um passo e pilar estratégico nesse processo.

Isso porque o conselho permitirá que todos os membros da família continuem participando das decisões relevantes, acompanhando projetos e movimentos da empresa, sem interferir diretamente na gestão e respeitando a autoridade de quem está à frente do dia a dia. Ele é quem dará segurança à família quanto à saúde e à perpetuidade do negócio.

Preparar um herdeiro, decidir pela venda futura da empresa ou iniciar um processo de profissionalização: qualquer que seja o caminho, é preciso tempo, organização e coragem. E essa decisão pode ser feita após a implantação da governança, que dará toda a clareza necessária aos entes da família para a deliberação sobre o futuro da empresa, dos sócios e/ou herdeiros dela.

A sucessão não é apenas um movimento administrativo. É, antes de tudo, um ato de responsabilidade. Quando tratado com antecedência, esse processo tem muito mais chance de acontecer de forma leve, estruturada e segura.

A sucessão bem-sucedida não começa com a assinatura de documentos. Não é a página de um livro que é virada para o início de um novo capítulo em branco. Não é a nova temporada de uma série com novos personagens.

Ela começa com diálogos francos, com o despertar de vocações e com a construção de um plano que una gerações em torno de um mesmo ideal: perpetuar um negócio que vai além do CNPJ, que carrega nome, história e valores.

Falo com a propriedade de quem está vivendo esse processo neste exato momento e sou categórica ao afirmar: é um movimento que exige maturidade, coragem e, principalmente, sensibilidade, mas não é tão simples colocar isso tudo em prática como é escrever a respeito. Mas, apesar de ser um processo desafiador, é também um profundo ato de amor. Um trabalho diário, cheio de significados, decisões difíceis e muita entrega.

Para mim, é mais do que uma transição de papéis. É a reafirmação de um propósito: garantir que o negócio siga vivo, com alma, com direção e com a força de quem acredita, verdadeiramente, no que faz.

Planejar a sucessão é honrar o que foi construído. E garantir que aquilo que nasceu com tanto empenho continue fazendo sentido, tanto para quem começou, quanto para quem vai continuar.

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