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Sustentabilidade corporativa em 2026: seis tendências que vão guiar a estratégia das empresas

Especialista destaca as seis tendências que vão impactar ou direcionar a nova era dos negócios sustentáveis, de modelos regenerativos ao bem-estar corporativo

A sustentabilidade corporativa deixou de ser um diferencial competitivo e passou a ser uma questão de sobrevivência empresarial. Segundo o Global Sustainability Study 2024, da consultoria Simon-Kucher & Partners, 64% dos consumidores já classificam a sustentabilidade como uma das três principais considerações de compra. E, de acordo com o relatório PwC Voice of the Consumer Survey 2024, mais de 80% dos consumidores afirmam estar dispostos a pagar um pouco mais por produtos sustentáveis, mesmo em meio a desafios econômicos.

Para a consultora de estratégia e posicionamento em sustentabilidade Bruna Sabóia, o avanço das novas tecnologias e da inteligência artificial marca uma nova era para os negócios, mas também reforça um chamado essencial: recolocar o ser humano no centro das decisões corporativas.

"A inteligência artificial será uma ferramenta poderosa, mas é a inteligência humana, ética, empática e regenerativa, que continuará orientando o propósito das organizações. O futuro da sustentabilidade não depende apenas da eficiência das máquinas, e sim da capacidade das pessoas de criar soluções que respeitem a vida, os territórios e as relações", destaca Bruna Sabóia, Consultora de Estratégia e Posicionamento de Sustentabilidade.

A seguir, ela aponta tendências que devem marcar o futuro da sustentabilidade corporativa em 2026.

1. Negócios regenerativos

"A regeneração está redefinindo o papel das empresas na sociedade. Mais do que reduzir impactos, é hora de agir de forma ativa na restauração de ecossistemas, no fortalecimento de comunidades e na criação de valor compartilhado. A economia regenerativa une inovação, propósito e impacto real. O futuro dos negócios será medido pela capacidade de restaurar e não apenas de evitar danos", enfatiza.

2. Transparência e rastreabilidade da cadeia de valor

"Com consumidores e investidores cada vez mais atentos, a transparência deixou de ser um diferencial e virou obrigação. Rastrear toda a cadeia produtiva, da origem ao descarte, é essencial para construir relações de confiança e reduzir riscos. Quando uma empresa conhece de verdade seus processos, ela ganha coerência e credibilidade. Afinal, não se gerencia o que não se conhece e não se transforma o que não se mede", complementa Bruna.

3. Construção de comunidades e redes de valor

"As marcas do futuro não se conectam apenas por produto, mas por propósito. Sustentabilidade é sobre gerar vínculos reais e construir comunidades que compartilham valores e causas. Quando uma empresa entende que o impacto acontece em rede, ela transforma clientes em parceiros e consumidores em agentes de mudança. Sustentabilidade é, antes de tudo, sobre relações: com pessoas, territórios e histórias", entende.

4. Inventário de CO₂ e regulação

"Em um cenário de emergência climática que vivemos, medir as emissões de CO2 não é mais uma escolha, é um passo essencial para garantir competitividade,reputação e relevância no longo prazo. A agenda climática está se tornando parte do core dos negócios. Ter metas de redução, reportar e agir com transparência é o que diferencia empresas preparadas de empresas que ainda acham que o seu negócio não será impactado por essa agenda. É simples: medir é o primeiro passo para transformar", diz a especialista.

5. Moda circular e economia circular

"Estamos vendo uma mudança profunda na forma de produzir e consumir. A circularidade propõe que nada se perca, tudo se transforme em novos ciclos de valor, de uso e de histórias. Reutilizar, revender, reparar e regenerar são ações que criam impacto real e aproximam marcas e pessoas de um futuro mais equilibrado. Esse movimento já se reflete no crescimento do mercado: segundo a Ellen MacArthur Foundation (2025), o mercado global de moda circular deve dobrar até 2030, atingindo US$200 bilhões. Já o segmento de roupas de segunda mão avança a passos largos para chegar a US$ 367 bilhões no mesmo período, segundo o ThredUp Report, uma taxa de crescimento cinco vezes maior que a da moda tradicional. O ciclo da economia circular é também o ciclo da consciência", ressalta.

6. Wellness corporativo

"A regeneração também começa dentro das empresas. O bem-estar das pessoas é parte central da sustentabilidade porque não há futuro saudável em ambientes doentes. Cuidar da mente, do corpo e das relações é cuidar da própria cultura corporativa. Quando as pessoas estão bem, elas criam, inovam e fazem o negócio prosperar. O bem-estar é o novo indicador de performance. Empresas saudáveis geram resultados sustentáveis", comenta.

"Acredito que o futuro da sustentabilidade será definido pela coerência entre propósito e performance. As empresas que desejam permanecer relevantes precisam repensar suas formas de operar, de se relacionar e de gerar valor. O futuro não será sustentável por opção, mas por necessidade, e quem se preparar agora estará moldando as novas formas de prosperar", conclui Bruna Sabóia.

Sobre Bruna Sabóia

Consultora de Estratégia e Posicionamento de Sustentabilidade, com mais de 13 anos de experiência, em empresas de grande porte e capital aberto. Formada em Administração de Empresas, com pós graduação em Comunicação Integrada, MBA em Management e especialização em Gestão da Sustentabilidade Corporativa, faz parte do programa Columbia Women's Leadership Network In Brazil, além de ser coautora do livro "Mulheres ESG" lançado em março de 2023.

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