Notícias

Revisão fiscal de fim de ano: 5 passos para organizar tributos e evitar surpresas com o Leão

Especialista em governança corporativa aponta os erros mais comuns na gestão tributária e mostra como evitar riscos antes da virada do ano

O Brasil é um dos países mais complexos do mundo em matéria tributária. Segundo o Relatório Paying Taxes 2024, do Banco Mundial, uma empresa de porte médio leva, em média, 1.483 horas por ano apenas para lidar com cálculos, declarações e pagamentos de tributos. Isso significa que falhas, atrasos ou equívocos são praticamente inevitáveis sem organização e podem custar caro.

Para Marcello Marin, contador, administrador, Mestre em Governança Corporativa e especialista em Recuperação Judicial, a revisão fiscal de fim de ano funciona como um check-up corporativo indispensável. "Muitos gestores só percebem inconsistências quando já estão pagando caro por elas. Esse processo permite identificar créditos tributários, revisar o regime de enquadramento e regularizar pendências que, se ignoradas, podem se transformar em entraves sérios no ano seguinte", alerta.

Mais do que cumprir obrigações, a revisão é também um movimento estratégico. "Olhar para a gestão tributária é olhar para a saúde financeira da empresa. Quem se antecipa consegue virar o ano com tranquilidade, previsibilidade e espaço para crescer", reforça Marin.

Pensando nisso, o especialista reuniu alguns passos práticos para ajudar empresas a organizar tributos, reduzir riscos e entrar em 2026 blindadas contra surpresas fiscais. Confira:

1. Monte um calendário fiscal e evite multas automáticas

"O primeiro passo é simples, mas decisivo: ter clareza absoluta dos prazos. Um calendário fiscal atualizado deve incluir SPED, e-Social, DCTF, ECF, DIRF, ISSQN, entre outros. Muitas penalidades aplicadas pelo Fisco são consequência direta de esquecimentos. Se antecipar evita desperdício de caixa e garante previsibilidade, já que multas automáticas podem variar de R$200 a R$500 por obrigação", explica Marin.

2. Revise o regime tributário para o próximo ano

"Um erro comum é permanecer no mesmo regime tributário sem avaliar se ele ainda é vantajoso. Mudanças no faturamento, margens de lucro ou atividade exercida podem tornar o enquadramento mais caro do que o necessário. Entre outubro e dezembro, simular cenários no Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real pode gerar economia de até 20% em tributos", complementa.

3. Regularize pendências e organize a documentação

"Pendências fiscais, mesmo pequenas, podem bloquear a emissão de Certidões Negativas de Débito, essenciais para licitações, crédito e negociações com investidores. Além disso, inconsistências em notas fiscais eletrônicas, escrituração ou declarações podem gerar autuações retroativas. O fim do ano é o momento ideal para revisar lançamentos, regularizar débitos e organizar relatórios contábeis, evitando gargalos que só aparecem em janeiro", alerta o especialista.

4. Invista em tecnologia e governança tributária

"O uso de tecnologia é um divisor de águas na gestão fiscal. Sistemas de ERP bem configurados e softwares de compliance reduzem erros manuais, facilitam o cruzamento de dados do SPED e geram dashboards em tempo real para tomada de decisão. Mas tecnologia sozinha não basta: integrar áreas contábil, fiscal e financeira, padronizar fluxos de informação e adotar auditorias internas periódicas dá consistência ao processo e torna a empresa mais preparada para o escrutínio do Fisco", afirma.

5. Invista em tecnologia e governança tributária

"Simular cenários de fluxo de caixa e provisionar tributos que vencerão nos primeiros meses de 2026. "Antecipar possíveis riscos e compromissos evita surpresas, garante liquidez e dá tempo para ajustar estratégias antes que se tornem problemas críticos", recomenda.

Em um ambiente tributário tão desafiador quanto o brasileiro, negligenciar a revisão fiscal de fim de ano pode custar muito mais do que horas de retrabalho. "Ao adotar uma postura preventiva e estratégica, as empresas não apenas evitam penalidades, mas também abrem espaço para otimizar recursos, fortalecer a governança e começar 2026 com solidez. A diferença entre pagar caro por erros e transformar tributos em aliados está na organização e na antecipação", conclui Marcello Marin.

voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

09/202510/202511/2025
IGP-DI0,36%-0,03%
IGP-M0,42%-0,36%0,27%
INCC-DI0,17%0,30%
INPC (IBGE)0,52%0,03%
IPC (FIPE)0,65%0,27%
IPC (FGV)0,65%0,14%
IPCA (IBGE)0,48%0,09%
IPCA-E (IBGE)0,48%0,18%
IVAR (FGV)0,30%0,57%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.3428 5.3458
Euro/Real Brasileiro 6.20733 6.22278
Atualizado em: 01/12/2025 13:09