Notícias

Bancos Centrais temem nova onda de recessão global

A "queda livre" da economia mundial já acabou e existem sinais de que a recessão está terminando.

Fonte: EstadãoTags: crise

Jamil Chade

A "queda livre" da economia mundial já acabou e existem sinais de que a recessão está terminando. Mas ameaças reais ainda existem de uma recaída: o desconhecimento do tamanho efetivo dos prejuízos nos bancos e a incerteza do que ocorreria com a economia mundial se os pacotes de incentivos fossem retirados nos Estados Unidos e Europa.

Essa é a avaliação dos maiores Bancos Centrais do mundo, que ontem se reuniram na Basileia. Eles apelaram aos mercados para terem prudência para evitar uma segunda onda de recessão.

Já a ONU, em um documento separado, rejeitou a tese de que a crise acabou, alertando que o "inverno" da economia mundial não havia sido superado e que o desempenho dos mercados será anêmico por alguns anos.

Para a entidade, governos poderão ser obrigados a colocar ainda mais recursos nos próximos meses para dar oxigênio às economias. Em doze meses, o FMI estima que US$ 10 trilhões foram gastos ou prometidos em pacotes de resgate.

Os principais xerifes das finanças internacionais chegaram à conclusão de que a "estabilização" dá sinais claros de chegar. O próprio presidente do BC brasileiro, Henrique Meirelles, admitiu que o clima do encontro dos últimos dois dias "já é diferente das reuniões anteriores". "A conclusão do encontro é de que há sinais de que o fim da recessão já está se aproximando e vislumbrando."

Mas os governos de todo o mundo encaram agora uma situação de alto risco e de incertezas. Para os BCs, o sistema financeiro "ainda não voltou à normalidade" e seria "imperdoável" permitir uma nova queda. "O cenário base é de recuperação, mas ela está sujeita a incertezas", disse Meirelles.

O presidente do BC apontou que a avaliação é de que existiriam dois grupos de países. O primeiro é formado por aqueles que dão sinais de que o fim da recessão pode ser vislumbrado. Mas que ainda existe o risco de um novo tombo. O segundo grupo, segundo ele, seria formado por países como o Brasil "em que se reconhece que está em trajetória de recuperação mais sólida".

O presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet, confirmou que de fato existem indicações de que a economia está se recuperando antes que o previsto. Ele admite a revisão para cima de algumas projeções. Sua avaliação é de que o pior momento foi entre o final de 2008 e o início de 2009.

Mas Trichet é claro em suas palavras: o mundo ainda não vive um crescimento sustentável. "Temos de manter a cautela. Não está excluído que teremos um caminho turbulento", disse. "As incertezas são grandes", avaliou Trichet, que serve como porta-voz do grupo de BCs. "Certamente vemos elementos positivos nas finanças globais, mas manter a prudência é essencial", disse.
voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

09/202410/202411/2024
IGP-DI1,03%1,54%1,18%
IGP-M0,62%1,52%1,30%
INCC-DI0,58%0,68%0,40%
INPC (IBGE)0,48%0,61%0,33%
IPC (FIPE)0,18%0,80%1,17%
IPC (FGV)0,63%0,30%-0,13%
IPCA (IBGE)0,44%0,56%0,39%
IPCA-E (IBGE)0,13%0,54%0,62%
IVAR (FGV)0,33%-0,89%-0,88%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 6.1964 6.1974
Euro/Real Brasileiro 6.4558 6.4725
Atualizado em: 27/12/2024 20:59