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Decisão e ação: a chave do sucesso ou do fracasso
Não decidir já é uma decisão
As pessoas nem sempre têm consciência de que, quer queiram ou não, estão sempre decidindo, pois não decidir já é uma decisão. Logo pela manhã já decidimos se queremos que o nosso dia seja AAA (ameno, agradável, apaixonante) ou DDD (difícil, desagradável, depressivo). Decisão é uma escolha entre alternativas e tudo o que se faz na vida é uma alternativa. Assim, por exemplo, a roupa que você está vestindo agora é uma alternativa e o mesmo vale para o que você vai fazer hoje. E para reforçar o que estamos escrevendo, vamos citar Peter Drucker: “O produto final do trabalho de um administrador são decisões e ações”.
Assim, devemos considerar que:
• É nos momentos de decisão que o nosso destino é definido
• São as nossas decisões e não as condições de nossa vida que moldam o nosso destino
• Você começa a mudar a sua existência no momento que toma uma nova decisão. Você deve saber que a qualquer momento uma decisão pode mudar o curso de sua vida para sempre
• Na grande maioria, são as pequenas decisões ao longo do caminho que fazem com que as pessoas fracassem
• A verdadeira decisão importa em ação
Se estamos sempre decidindo, é importante saber que decisões devemos tomar. Existem 5 que são fundamentais:
1) Decidir sobre o que queremos, nossas metas e sonhos
Quais sãos os nossos objetivos em todas as áreas da nossa vida, como profissional, afetiva saúde, financeira, contribuição?
2) Decidir sobre o que precisa ser feito e fazer o que precisa ser feito
Não adianta ter objetivos se não houver ação. Uma pesquisa feita pelo psicólogo Richard Wiseman sobre as promessas de fim de ano constatou que aproximadamente 78% das pessoas acabam não cumprindo suas promessas de fim de ano. Portanto, cabe uma pergunta: o que você fez ou está fazendo hoje está levando na direção dos seus objetivos? O fato é que se o que você fez ou estiver fazendo hoje não levar na direção dos seus objetivos, os seus sonhos não passam de ilusão. E é sempre bom lembrar o que diz John Whitmore: “Eu só posso controlar aquilo de que tenho consciência. O que não tenho consciência me controla. A consciência me fortalece”;
3) Decidir e desenvolver as competências necessárias
E este é um assunto da maior relevância que muitas vezes é mal compreendido ou compreendido superficialmente. Portanto, vamos nos deter um pouco mais neste tópico. Existem 3 competências que são fundamentais, sobretudo para um administrador, que são: processo decisório/solução de problemas, negociação e desenvolvimento de equipe/comportamento em pequenos grupos. É sempre bom enfatizar que processo decisório é a competência das competências, já que tudo na vida importa em decisão e ação. O fato é que aquilo que somos hoje é consequência das decisões e ações do nosso passado e o que seremos amanhã, das decisões e ações do presente.
Negociação é outra competência indispensável, pois passamos mais de 50% do nosso tempo negociando. Mas também deve ser entendido que para negociar bem existem algumas competências de apoio, como comunicação. Desenvolvimento de equipe é outra competência da maior relevância, pois as equipes são parte essencial do modo de se estruturar uma organização e de se fazer negócios. Um estudo sobre as 500 Mais da revista Fortune revela que 80% das empresas listadas adotaram o trabalho em equipes, pois equipes bem desenvolvidas são capazes de melhorar o desempenho dos indivíduos e são o fundamento da sinergia organizacional. Quando as organizações se reestruturam para competir, de forma mais eficaz e eficiente, elas escolhem equipes como maneira de melhor utilizar os talentos de seus funcionários/colaboradores.
As equipes são mais flexíveis e reagem melhor às mudanças do que os departamentos tradicionais e outras formas de agrupamentos permanentes, pois podem ser rapidamente montadas, organizadas e ajustadas. Isto sem considerar as propriedades motivacionais das equipes, pois elas facilitam a participação nas decisões. Entretanto, equipes despreparadas são a estrada para o fracasso e estão sujeitas a fenômenos como “pensamento grupal” e a coesão baseada em baixas normas de desempenho.
Mais ainda: Devemos considerar as competências sob três óticas que são a competências exigida, para fazer face aos problemas, desafios e oportunidades, a desenvolvida, fruto do nosso esforço de autodesenvolvimento e a acessada, ou seja, a que nós conseguimos utilizar efetivamente. Pesquisas mostram que em função das adversidades, estresse e crenças limitantes, nos momentos de tensão é muito comum não termos acesso à plenitude das nossas competências e recursos e, como consequência, o nosso desempenho pode ficar extremamente prejudicado, como foi o caso do jogador de futebol Zinedine Zidane na Copa do Mundo de 2006.
Um outro ponto fundamental é que a competência não se mede pelo que você sabe, mas pelo que você faz. Assim, você pode ler tudo e saber tudo sobre dirigir automóvel, mas mesmo assim ser um barbeiro, ou uma barbeira. Portanto a verdadeira competência se define pelo que está condicionado no seu sistema nervoso. Ou como dizia John Dryden: “Primeiro nós fazemos nossos hábitos. Depois nossos hábitos nos fazem”.
4) Decidir sobre a administração do estado mental e emocional
Existem estados mentais e emocionais fracos/pobres de recursos e ricos de recursos. Não adianta ter competência, pois quando se entra em estado mental e emocional fraco de recursos não se tem acesso aos nossos recursos e competências. É importante identificar as 5 estratégias básicas para a administração do estado mental e emocional que são a cinestésica, a auditiva interna, a auditiva externa, a visual externa e a visual interna.
5) Decidir sobre nossas crenças
Crença é um sentimento de certeza em relação a algo ou sobre o que alguma coisa significa. São as conclusões e generalizações que fazemos a nosso respeito, dos outros e do mundo. Uma vez aceitas, nossas crenças tornam-se ordens inquestionáveis para o sistema nervosos e possuem o poder de expandir ou destruir as possibilidades do nosso presente ou futuro, haja visto o efeito placebo e o feitiço vodu. No caso do efeito placebo, uma pessoa que está comprovadamente doente, toma um remédio, que na verdade é farinha de trigo com açúcar e fica curada. No caso do feitiço vodu, quando uma pessoa acha que foi atingida pelo feitiço entra em depressão profunda e acaba até morrendo.
Um outro exemplo do poder das crenças é o de um halterofilista que pode levantar facilmente 150 quilos, mas se é induzido a um transe hipnótico e recebe o comando de que não consegue levantar uma agulha, efetivamente não consegue levantar uma agulha. Assim, crenças, são como um comando hipnótico que nos fortalecem ou nos fragilizam e também afetam o nosso sistema imunológico, como mostrou Robert Dilts, um expert no assunto. A mãe de Dilts estava com um câncer avançado e considerado incurável pelos médicos. Entretanto, com um intenso trabalha de mudança de crenças sua mãe voltou a ficar completamente saudável.
O fato é que a maioria das pessoas não tem consciência do seu conjunto de crenças e nem da forma como elas impactam no seu desempenho.
Um outro ponto fundamental é que antes da decisão e ação vem a percepção e a compreensão e avaliação. O que deve ser entendido é que a percepção é a chave do comportamento, e aqui vem um equívoco fundamental da maioria das pessoas que acha que aquilo que veem é a realidade. Errado. O que uma pessoa vê é a sua versão da realidade e quem prova isto é Albert Einstein. Assim, se você estiver num trem em movimento de deixar um objeto cair, para você este objeto vai cair numa linha vertical. Entretanto, para que estiver fora do trem, este mesmo objeto vai cair numa linha inclinada ou numa curva. E isto sem considerar a questão dos modelos mentais. Mais ainda: existem dois outros fenômenos importantes de percepção que são a alucinação negativa e a alucinação positiva. A alucinação negativa é quando você olha e não vê. Você já procurou alguma coisa e não encontrou e de repente percebeu que estava na sua frente? Já a alucinação negativa é uma espécie de miragem e ter expectativas absolutamente irrealistas.
Um outro ponto que antecede a decisão e ação é a capacidade de avaliação. Warren Buffet quando perguntado pela razão do seu sucesso respondeu que se devia, em grande parte, à sua capacidade de avaliação. Um dos pontos que mais prejudica a capacidade de avaliação é a da avaliação precipitada e em consequência disto decidir. E é claro que a decisão estará errada. E o passo seguinte é defender a decisão tomada e agir como um torcedor, considerando somente os aspectos positivos da decisão tomada e ignorando todos os pontos negativos que podem ser muito maiores e invalidar a decisão. O fato é que em todos os treinamentos que desenvolvo, seja negociação, excelência de desempenho ou liderança, este é um dos pontos fundamentais que abordo, através de exercícios e simulações que levam a uma compreensão mais profunda da questão e de todas as suas implicações.
Conclusão: O sucesso ou fracasso de qualquer pessoa, não importa quem seja, inclusive Jorge Paulo Lemann, que é o homem mais rico do Brasil e uma das maiores fortunas do mundo, se deve a qualidade das suas decisões e ações. Um outro ponto importante em termos de decisão e ação é que quem quer ter sucesso estuda o sucesso. E é sempre bom lembrar de Isaac Newton que quando perguntado pela razão de suas descobertas respondeu: “Eu vi mais longe porque subi em ombros de gigantes”.
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