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O que a redução da taxa Selic afeta na vida do consumidor?

Queda da taxa básica pode ser uma boa novidade, dependendo da situação de cada consumidor

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou, nesta quarta-feira (19) o novo valor da taxa básica de juros, a Selic, que é de 14% ao ano, um corte de 0,25 ponto percentual, primeira redução em quatro anos. A notícia reflete em muitos aspectos, porém o cidadão comum pode se perguntar: “o que, de fato, isso muda minha vida”?

Para responder a essa pergunta, o Brasil Econômico consultou Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP. O especialista afirma que a redução da Selic é interessante para algumas situações e, por outro lado, não é boa notícia para outras.

Não sabe como isso pode te afetar? Então, veja se você encaixa nos perfis e entenda melhor.

Investidores

Segundo Domingos, a queda na taxa básica de juros pode ser atraente para quem investe o seu dinheiro, por exemplo, em aplicações de renda fixa atreladas a Selic, ou seja, CDBs pós-fixados, os fundos DI, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), assim como outros títulos negociados via Tesouro Direto.

+ Redução da Selic para 14% faz com que a cotação do dólar tenha queda 0,95%

Contudo, para quem aplica na Caderneta da Poupança, a redução não traz mudanças em seus rendimentos, uma vez que, se a Selic fosse maior ou igual a 8,50% ao ano, a poupança pagará sempre 0,50% ao mês mais a chamada Taxa Referencial (TR).

Endividados

Já para aqueles que se encontram endividados, que precisam pegar empréstimos aos bancos ou que necessitam fazer parcelamentos das dívidas, a taxa básica de juros mais baixa pode ter influência direta em suas vidas.

Segundo o especialista, para esses consumidores, a queda da Selic é sempre boa. Porém, é preciso ter cautela, pois o cenário econômico do País ainda não é dos melhores.

Você já está pagando juros? Bem, nesse caso, o fundamental é saber o valor exato que está sendo cobrando, uma vez que o maior erro das pessoas é de não ter noção dos valores que desembolsam e, por isso, as dívidas acabam se tornando uma grande bola de neve.

Portanto, a fim de que o problema seja resolvido, o foco deve ser a causa dele e não a consequência, ou seja, é preciso educar-se financeiramente. Para começar, o educador financeiro aconselha que a pessoa faça um diagnóstico da vida financeira, para saber os ganhos e gastos mensais e identificar possíveis excessos, que estejam prejudicando o orçamento.

Dentro disso, também é indicado que haja uma mudança de hábitos e comportamento com relação ao uso e à administração do dinheiro, por isso, é preciso que se comece agora mesmo. De acordo com Domingos, um dos aspectos fundamentais desse processo é aprender a poupar, pois, assim, evita-se o fato de não ter dinheiro suficiente para pagar algo, tendo que pagar juros e correndo o risco de se tornar um inadimplente.

Enfim, a queda da taxa Selic pode ser uma boa novidade, dependendo da situação de cada um, mas, ainda assim, demanda cuidado e conhecimento. A recomendação no momento – para qualquer tipo de pessoa – é pensar duas vezes antes de comprar, parcelar com juros ou adquirir empréstimos. “Ao invés disso, eduque-se financeiramente, poupe e invista o seu dinheiro, dessa forma, os juros trabalharão a seu favor e não contra”, finaliza o especialista.

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